
Vários artistas investem boa parte do tempo organizando suas redes sociais, otimizando o catálogo com suas pinturas de modo que seja fácil encontrar alguma obra para mostrar aos interessados. O que parece facilidade transforma-se em transtorno quando não conseguem encontrar uma determinada obra, pois a rede mudou a maneira de organizá-las. Quem ainda não passou por isso? A solução que sempre propus aos meus clientes é criar seus portfólios em hospedagem própria, e, a partir do seu website, publicar nas redes sociais. Assim, podem usufruir das melhores características de cada modalidade: a estabilidade e escalabilidade do website associadas com o poder de divulgação das redes sociais. Desse modo, fica muito mais fácil manter o catálogo atualizado e vender produtos.
Como montar um website?
Muitos artistas não têm afinidade com tecnologia relacionada com Internet. São somente usuários das facilidades tecnológicas, desconhecendo os pormenores sobre o funcionamento da grande rede mundial. Por esse motivo, não raras vezes, o artista recorre aos parentes a amigos, ditos “entendidos no assunto”, podendo cair em apuros inimagináveis. Isso pode ocorrer por incapacidade ou mesmo falta de ética do contratado. Dentre os problemas, o mais comum é o sequestro de senhas para fazer com que o cliente fique refém do técnico responsável pela implementação. Desse modo, toda vez que necessitar de alguma modificação, terá que recorrer ao mesmo profissional. Nem mesmo do seu domínio será dono, em alguns casos.
Por esse motivo, sou entusiasta do método “faça você mesmo”. Acredite, não é tão difícil!
1) Registre seu domínio
O domínio é sua identidade na Internet. É um nome fácil de ser memorizado pelos clientes e relacionado com a atividade que você desenvolve. No caso de artistas, deve ter relação com a arte ou ao próprio nome do artista. No meu caso, registrei os domínios “paulojorge.art.br”, “pj.art.br” e “pinturas.art.br”. O primeiro, uso como site principal, enquanto os dois últimos são para uso futuro. Mas podem perguntar: por que registrou um domínio que não utiliza? A resposta é simples: outra pessoa poderia registrar e eu teria que escolher outro nome caso desejasse desenvolver mais projetos.
1.1) Como funciona um domínio?
Cada computador na rede tem um número chamado “IP”, que é a sigla para “Internet Protocol” (Protocolo de Internet). É um conjunto de regras que determina como os dados são enviados pela internet ou por uma rede local. O IP é o endereço único que identifica cada dispositivo conectado a uma rede. O computador ou celular que você usa na sua casa possui um número, que o identifica na rede. Esse número pode mudar a cada vez que você liga o aparelho e o conecta, impossibilitando memorizar todos os números de aparelhos conectados num único servidor de IP. O Roteador da sua casa gera e distribui esses números, que podem ser algo como “192.168.0.101”. Já pensou se tivesse que digitar números como esse cada vez que fosse acessar documentos noutro aparelho? Lembremos que quando acessamos um determinado website, estamos acessando pastas localizadas num servidor remoto. Para evitar isso existem os servidores de “DNS”, sigla para “Domain Name System”, que significa “Sistema de Nomes de Domínio”. É um serviço que possibilita acessar a internet digitando nomes de domínio, como “www.paulojorge.art.br”, em vez de endereços IP. Esses nomes, fáceis de memorizar, são convertidos para números que irão identificar um computador na rede.
1.2) Como registrar domínios no Brasil?

O primeiro passo é acessar o site “registro.br” (https://registro.br), que faz parte do CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil) e pesquisar se o domínio desejado está disponível para registro. Para isso, há um campo de formulário na página inicial. Ainda nessa página encontra-se um link intitulado
“Conheça todas as categorias do .br” (https://registro.br/dominio/categorias) que mostrará as extensões de domínio disponíveis. Há extensões populares voltadas para a área comercial, como “com.br” e “net.br”. Para a classe artística, existe a extensão “art.br”, mas os artistas não precisam optar por essa. Há colegas que preferem extensões comerciais.
Caso seu domínio esteja disponível, aparecerá um botão intitulado “Registrar”. Clique nele para continuar com o processo de registro. Vão pedir seus dados pessoais, como nome, CPF, e-mail, endereço e outros. É importante informar um endereço de e-mail principal. Para esse endereço enviarão seus dados de TITULAR (login para acessar sua página no “registro.br”) e os dados do domínio que acabou de registrar.
De posse das informações de acesso ao “registro.br”, entre com “login” e “senha”. No seu painel de controle aparecerá o nome do domínio que acabou de registrar. Inicialmente mostrará a classificação “Registrando”. Depois de algum tempo passará a ser classificado como “Novo” e exibirá um botão com a inscrição “PAGAR”. Clique nele e escolha o método e o período de pagamento. O Valor por um ano é de R$ 40,00 (quarenta reais). O valor anual decresce se optar por período de validade maior.
IMPORTANTE: Registre você mesmo e NUNCA informe sua senha a terceiros, sob pena de perder a titularidade dos seus domínios.
2) Alterar informações de contato
Com o seu domínio ativado, acesse o painel para configurar outras variáveis. Para isso, clique sobre o domínio registrado e role a página para baixo até encontrar o grupo “Contatos”. Há três contatos que podem ser configurados: “Contato administrativo”, “Contato técnico” e “Contato de cobrança”. Inicialmente todos devem conter o seu login. Podem ser modificados somente por quem estiver configurado como “Contato administrativo”. É costumeiro delegar o “Contato técnico” ao programador que construirá seu site e apontará os “Servidores de DNS” para ele, localizado no provedor de hospedagem. Essa suposta contratação de mão de obra técnica será desnecessária se o amigo artista estiver disposto a “colocar a mão na massa”. Não há complexidade — isso será abordado posteriormente.
IMPORTANTE: O “Contato administrativo” não deve ser delegado a terceiros. Ele tem poder de mudar todos os outros contatos, incluindo o próprio administrador do domínio.
3) Configurar servidores de DNS
Inicialmente esses servidores de DNS são apontados, automaticamente, para os servidores do próprio “registro.br”. Nesse caso, não adianta tentar acessar o site porque ele ainda não existe. É necessário contratar um serviço de hospedagem. Simplificando, podemos entender como um computador localizado “na nuvem”, ou seja, num local físico que a princípio é desconhecido. Sendo um endereço na rede, tem um número de IP (como vimos no tópico 1.1). Também estudamos que os “Servidores de DNS” são responsáveis por traduzir o nome amigável do seu site em um número que o provedor de hospedagem possa entender. Assim, ao contratar a hospedagem e criar a pasta física onde ficarão os arquivos do seu site, esse provedor fornece dois endereços de DNS, para serem configurados no “registro.br” (nos casos de registro de domínio no Brasil).
Role para baixo, a mesma página onde configuramos os contatos, até encontrar o grupo “DNS”. Clique na opção “Alterar servidores de DNS” e configure o “Servidor 1” e “Servidor 2” com os nomes fornecidos pelo provedor de hospedagem.
IMPORTANTE: Sobre os Servidores de Hospedagem, estudaremos no próximo artigo desta série.
Artista Plástico Entende de TI?
Alguns amigos sabem que eu tenho formação em TI. Quem leu minha biografia (https://www.paulojorge.art.br/um-pouco-sobre-mim), certamente conhece minha história, que vou aqui resumir: nasci num bairro do interior de São Pedro da Aldeia–RJ. Originário de família pobre, não dispunha de recursos para comprar brinquedos. Meu divertimento era desenhar animais com os quais convivia. Estudei desenho com um senhor da região, o que serviu de base para roteirizar, elaborar a arte e produzir revistas em quadrinhos (sempre gostei dos quadrinhos — presentes de um tio da cidade). Quando fui estudar na cidade, já desenhava e pintava razoavelmente. Na escola, trabalhavam dois professores que também eram artistas — eles me ajudaram a desenvolver a técnica de pintura em tela. Quando mudei para Cabo Frio, fui acolhido pela dona de um renomado educandário e ela investiu na minha técnica. Eu desenvolvi muitos trabalhos naquela escola. Mais tarde, trabalhei na rádio Cabo Frio. Lá tive a oportunidade de conhecer e aprender com pintores que visitavam a Região dos Lagos e com artistas locais, como José de Dome e Torres do Cabo. Pintei até os 22 anos, quando então viajei para o Rio de Janeiro para cursar faculdade e tive que abandonar a arte. Depois de algumas tentativas, e como já era aficionado por eletrônica, optei pelo “Curso Superior em Tecnologia da Informação”, com especialização em “Análise de Sistemas”. Fui empresário na área e informatizei diversas empresas. Retornei para minha região de origem em 1999. Por influência da minha esposa, voltei a pintar. Fiz vários cursos de aprimoramento em pintura e participei de exposições individuais e coletivas. Atualmente escrevo artigos para uma revista local e estou cursando “pós-graduação em Artes Visuais”.
Nunca abandonei a informática. Desenvolvo e hospedo websites meus e de clientes. Sempre que posso, contribuo com a comunidade de desenvolvedores, pois sou um entusiasta do software livre.
Observando as dificuldades de alguns colegas ao lidar com tecnologia, pensei: por que não ajudar? Meu conhecimento nessa área pode ser útil para alguém, embora meu tempo seja escasso — preciso pintar, atividade que amo fazer! Mas, estou disposto a orientar colegas com dúvidas, pois já vi alguns que caíram em armadilhas de profissionais desonestos. Outros artigos estão a caminho. Até lá.
Deixo meus contatos: https://www.paulojorge.art.br/atalhos
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